terça-feira, 19 de abril de 2011

Vivendo a Semana Santa em Família


"Se algo aprendi em meus três anos como mãe católica é que a batalha de manter o equilíbrio entre os aspectos religiosos e seculares de uma celebração não são tão fáceis de lidar. E, não é fácil, porque as celebrações seculares quase sempre são mais atrativas que sua contraparte religiosa.

A Páscoa não é a exceção. Como católicos que somos, a Páscoa é a celebração litúrgica mais importante do ano. É um dia em que reafirmamos nossa fé na Ressurreição de Cristo entre os mortos. Mas, para a maioria das crianças, é o dia em que o coelhinho da Páscoa lhes traz uma cesta cheia de doces e presentes. Garanto-lhes que se vocês perguntarem a qualquer de seus filhos menores de 10 anos que escolham entre ir a Missa para celebrar a Ressurreição de Cristo ou participar de uma festa com coelho pascal incluído por certo este gracioso animal ganharia.

O fato é que, descobri que se me esforço ao máximo, sempre há maneiras de encontrar conexões entre a religião e as tradições seculares. A maneira como fazemos é nosso desafio como pais, avós, tios, tias e padrinhos católicos que somos.

Por exemplo, enquanto seus filhos adoram a caça dos ovos de páscoa pela casa, (assim ganhariam os prêmios escondidos dentro), pode-lhes explicar que o costume dos ovos de páscoa tem uma origem cristã e que simboliza Cristo: assim como o ovo oculta uma vida que brotará, a tumba de Jesus também oculta sua futura ressurreição. Também, que o desejado coelho de Páscoa é um símbolo cristão da Ressurreição. Seu uso se remonta a antigos pregadores do norte europeu que viam na lebre um símbolo da Ascensão de Jesus e de como deve viver o cristão: as fortes patas traseira da lebre lhe permitem ir sempre para cima com facilidade, enquanto que suas débeis patas dianteiras lhe dificultam a descida. Estas pequenas explicações –que podem ser ditas a maneira de história- podem abrir a porta para uma discussão entretida sobre o batismo, a ressurreição de Cristo, etc.

Ainda se a criança é muito pequena para entender o que o Sacramento do Batismo, por exemplo, verdadeiramente significa, é bom ir introduzindo-os sobre este tipo de tema de uma forma simples e entretida. Por exemplo, quando seu filho abrir seu livro de fotos e observar as fotos de seu batismo, junto com seu marido podem ir lhe contando que essas fotografias foram tiradas no dia em que ela passou a formar parte da família da Igreja. Tais argumentos, pelo menos, fazem que os filhos sejam conscientes deste sacramento e do que significa.

Explicando temas difíceis

Parte do desafio de fazer nossos filhos participarem das celebrações religiosas é que a maioria das festas da Igreja são para adultos em natureza e conteúdo.

Por exemplo, alguns anos atrás, li um livro sobre a Semana Santa e a Páscoa para a minha sobrinha de quatro anos, Samanta. Logo depois de semanas de ler o livro, Samanta fez perguntas à sua mamãe –que só poderia poderia ser feitas por meninas de quatro anos- a respeito do injusto que tinha sido a detenção e a crucificação de Jesus e como ele as "engenhou" para ressuscitar entre os mortos depois de três dias.

Em vez de apartar sua atenção destes temas, minha irmã aproveitou a oportunidade de responder, de uma forma criativa, as perguntas de Samanta à luz do Evangelho.

Os muitos símbolos e histórias que acompanham a Semana Santa e a Páscoa provê numerosas oportunidades para as crianças se comprometerem e lhes ensinar mais a respeito da fé. Nesta Páscoa procure oportunidades para fazer conexão entre as tradições festivas seculares e as cristãs. Oportunidades há, você deverá aprender algo novo no processo.

Se não estiver segura quais são essas conexões, deve visitar uma livraria local com livros para a Páscoa e suas tradições ou buscar na Internet. Sua paróquia também deve ter recursos disponíveis.

Os maiorzinhos da casa

Como fazer com que os adolescentes se envolvam na Páscoa? Nesta etapa difícil e rebelde de todo ser humano, toma um pouco mais de esforço fazer que eles se envolvam já que pelo geral os garotos aproveitam estas festas para passar mais tempo com seus amigos em lugares de diversão ou simplesmente optam por estar fora de casa. Por isso, convém apoiar-se nos grupos juvenis que existem nas paróquias ou nos próprios colégios. Quase sempre, durante os ofícios de Sexta-feira Santa, as passagens do Evangelho sobre a Paixão de Cristo, sua morte e Ressurreição são lidas ou interpretadas em alguma peça teatral.

Estas obras freqüentemente são interpretadas na Quaresma e Páscoa. Sugere-se que o grupo juvenil ou grupo de amigos –com a guia de um pároco ou liturgista- protagonizem a obra da Paixão para a comunidade"


1 comentário:

Júlio Paiva disse...

Eu sou dramaturgo e sempre fiquei curioso para saber como esses jovens atores católicos fazem o ensaio de mesa, análise do texto que é feita antes de montar o espetáculo, fundamental no exercício teatral, requer distanciamento e reflexão, geralmente nessas análises o ator amador tende a julgar para a construção de seus personagens, como é julgar jesus? Pergunto, por que os espetáculos religiosos são sempre de má qualidade, falta técnica e uma reflexão profunda do personagem. Como é se colocar no lugar de jesus? Ironicamente a técnica teatral cria contradições religiosas, rsrsrs, ou eu me distancio dele, ou eu me aproximo dele, identificação e distanciamento. Desculpe, mas acho que entenderam apenas o jesus de olhos azuis. Falta o político, o bem humorado, o afetivo...