sábado, 21 de fevereiro de 2009

PREPARAR A PÁSCOA


A Quaresma caminho para a Páscoa, caminho que deve conduzir à Ressurreição, à Vida Nova.

Por isso à Quaresma exige da nossa parte o esforço da conversão, a intensidade de ascese para que se realize a mudança necessária, o desejo generoso que dinamize o nosso ser para que nos abramos ao espírito que salva e converte, purifica e cura, transforma e cristifica.
Para isso a Quaresma deve ter várias frentes de acção rumo à Páscoa.

1° Para com Deus mais (melhor) oração. A Quaresma tem de ser um tempo forte de oração, de silêncio, de deserto, de mais intensidade de comunhão com Deus, de leitura da Palavra, de meditação, da escuta do Senhor. Não só o "mais", mas também o "melhor", ou seja dar melhor, qualidade à oração que já fazemos, intensificar o nosso esforço de atenção, de escuta, de amor, de diálogo que nos apanhe, por dentro, o coração.

2° Para com o próximo mais caridade. A santidade mede-se pelo amor. Converter-se tem de ser sempre amar mais e melhor. Só quem ama vive em Deus e com Deus. Quanto mais caridade, quanto mais obras concretas de amor ao próximo, mais conversão e mais santidade. O grande esforço da nossa quaresma tem de ser este. Se rezamos é para amar mais, para amar melhor, para sermos mais fiéis no amor. Que vamos fazer? Como dimensionar na vida esta atitude de amor fraterno? Qual a dimensão, o sector que mais precisa ? Que vamos nós intensificar ?

3° Para connosco mais penitência. Mas a melhor e mais eficaz penitência é aquela que nos leva a rezar melhor e a amar mais. Passar um dia sem criticar é, talvez, maior penitência que jejuar. Mas é mais eficaz mais fecundo. Não ver televisão para poder rezar, ler a Escritura, é maior penitência que fazer abstinência. Qual será então o estilo de penitência que vai ajudar-nos a uma vida mais orante e mais caridosa ? Jejuar da crítica, da televisão, do prazer, do comodismo... Abster-se do que me afasta de Deus, me tira tempo para Ele, do que me impede de amar mais.

4° Reconciliados com o Pai. Neste ano dedicado ao Pai, a nossa Quaresma tem de ter um sentido de filiação amorosa, de retorno à casa do Pai, de Reconciliação com Ele e acolhe os outros. O sacramento da Reconciliação é a grande festa de Deus, que perdoa, acolhe; abraça, beija, acarinha o filho pecador que volta a Casa. A Quaresma apresenta-se como verdadeiro espaço e tempo de Reconciliação amorosa com o Pai. E precisamos de trazer os outros ao encontro do Pai de Misericórdia. Que belo apostolado da nossa Quaresma, que boa maneira de amar e de fazer penitência.

O Pai nos espera. Vamos ao seu encontro. O Espírito Santo quer ajudar-nos , neste caminho em que, reconciliados com o Pai, celebraremos a Páscoa do Senhor Ressuscitado, ressuscitando com Ele. Só assim haverá verdadeira Páscoa, verdadeira passagem. Eis o grande desafio que nos é proposto... Que resposta, fiel e generosa, vai dar cada um de nós ? Que programa de Quaresma vamos fazer pessoal e em família ?

P. Dário Pedroso, s.j.
http://www.companhia-jesus.pt/portugal/povoa/pedrasvivas/pvivas32/pascoa.htm

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